O chefe da Unidade de Comércio Internacional da CEPAL, Nanno Mulder, convidou os países latino-americanos a implementar políticas para promover as exportações de serviços baseados no conhecimento, especialmente no que diz respeito à sua institucionalidade e governança. A sugestão foi feita durante uma conferência virtual do Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (INTAL), membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Os serviços baseados em conhecimento (KBS) são o setor de crescimento mais rápido no comércio. A região precisa de uma mudança nas políticas públicas para enfrentar os desafios que estamos vivendo e aproveitar esses novos espaços de crescimento", disse o especialista.
A conferência virtual ocorreu na quinta-feira, 19 de novembro de 2020, como parte do ciclo “Diálogos sobre Integração e Comércio em Tempos de Pandemia”, sob a coordenação de Pablo García, Diretor do INTAL, com o objetivo de detectar oportunidades que ofereçam oportunidades comerciais resultados concretos na região.
"LOs serviços prestados pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC) são os componentes mais dinâmicos do comércio internacional na última década. 51% das exportações globais são do setor de serviços, e seu desempenho é mais resiliente a crises internacionais. A pandemia confirmou esse comportamento”, enfatizou Pablo García.
Segundo dados do BID, no primeiro semestre de 2020, as viagens caíram 55%; transporte, 22% e serviços, 3%. Entretanto, há um atraso significativo nos países latino-americanos na exportação de serviços baseados em conhecimento. "Como podemos impulsionar o setor?", perguntou o principal economista do BID.
Serviços durante a pandemia
“Como aponta a CEPAL, a região foi responsável por 2017% das exportações globais de serviços baseados no conhecimento em 2”, disse Nanno Mulder. Ele explicou a situação do setor durante a pandemia: “Segundo dados oficiais, a área de serviços baseados em conhecimento tem duas vertentes de análise. Por um lado, um aspecto negativo causado pela forte retração da economia que levou ao cancelamento de investimentos que poderiam melhorar a competitividade. Por outro lado, o aspecto positivo está ligado a fatores que impulsionaram os serviços de conhecimento que começam com a teletrabalho e ele e-commerce,".
Para o analista da CEPAL, a tendência será fortalecida e a América Latina exige uma mudança nas políticas públicas, bem como uma aliança público-privada para enfrentar os desafios atuais e futuros.
Exportação de comércio eletrônico
“Durante a pandemia, a O comércio eletrônico local deu uma guinada importante em países da América Latina. Estatísticas do Mercado Livre mostram que as vendas locais dispararam no período de fevereiro a agosto de 2020. No entanto, as vendas internacionais caíram em um terço no Brasil e no Uruguai, de acordo com dados das alfândegas VUCE desses países. A explicação é que a redução de voos fez com que as compras feitas pelos consumidores em plataformas de e-commerce fossem enviadas em voos comerciais, com maior tempo de espera. Isso desencorajou as pessoas. A logística teve um grande impacto no declínio do comércio eletrônico internacional”, disse Mulder.
O especialista acrescentou que O comércio eletrônico internacional também não cresceu nos últimos dez anos. “Isso tem a ver com poucos serviços que foram transformados para satisfazer o consumidor e as empresas., a dificuldade em efetuar pagamentos, o fraco desenvolvimento do atendimento ao cliente; Ou seja, com a falta de políticas em prol de um ecossistema que permita a exportação do comércio eletrônico", disse.
Boa governação
De acordo com Mulder, O tema mencionado foi analisado em estudo recente da CEPAL, intitulado “Governança e desempenho exportador dos serviços modernos na América Latina e na Índia”".
El reportar aponta o desempenho dos países exportadores de serviços modernos América Latina e Caribe: Brasil, Argentina, Costa Rica, México, Chile, Panamá, Uruguai, Colômbia, Peru e Guatemala. No entanto, o desenvolvimento do setor em cada um deles tem sido muito diferente.
“Isso levou os autores a olhar para a governança – isto é, mecanismos de coordenação no setor público, bem como na esfera público-privada – para promover serviços baseados em conhecimento”, disse Mulder.
“Houve evidências de um atraso significativo na maioria dos países da região, tanto na concepção como na implementação das suas políticas de promoção da exportação de serviços; Portanto, o sucesso das exportações dos países está relacionado à boa governança", disse ele.
Países como Costa Rica, Chile e Uruguai demonstraram governança de médio e longo prazo; enquanto Brasil, México e Argentina dependiam de ciclos políticos e focavam no mercado interno. Se um país quer crescer, ele tem que investir no setor de serviços baseados em conhecimento, que agrega valor à mineração e à agricultura, para impulsionar as exportações., deve ter uma visão de longo prazo e acompanhar o setor privado. "Isso nos permitirá promover uma nova fase da política industrial e aumentar a probabilidade de que essas iniciativas transcendam os governos", concluiu o chefe da Unidade de Comércio Internacional da CEPAL.
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