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Alerta da ONU: desaceleração global e desafios para a América Latina, com foco na Argentina

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A economia global está caminhando para uma nova fase de desaceleração. De acordo com o relatório apresentado hoje (16.04.2025) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o crescimento global projetado para 2025 será apenas um 2,3%, afetados pela fraca demanda, tensões comerciais, instabilidade financeira e crescente incerteza estrutural. O documento, intitulado "Previsões de Comércio e Desenvolvimento para 2025: Sob Pressão, alerta para o risco de uma recessão global, cujo impacto será particularmente severo nos países em desenvolvimento.

O relatório destaca que muitas economias emergentes estão enfrentando uma "tempestade perfeita" de desafios: condições financeiras externas adversas, níveis de dívida insustentáveis ​​e enfraquecimento do crescimento interno. Neste contexto, a UNCTAD identifica o comércio Sul-Sul como uma fonte potencial de resiliência ao comércio entre países em desenvolvimento. Atualmente, esse comércio representa um terço do comércio global e abre oportunidades para fortalecer a integração econômica regional.

Coordenação e regionalismo

A UNCTAD insta os países em desenvolvimento a intensificar o diálogo regional e avançar em direção a acordos multilaterais que fortaleçam o comércio intrarregional. Segundo a organização, "os países em desenvolvimento devem aproveitar as relações comerciais existentes e buscar estruturas multilaterais e acordos regionais para impulsionar o comércio intrarregional e Sul-Sul". E ele recomenda: “Uma estratégia de 'regionalismo aberto' pode oferecer uma alternativa viável à estagnação global e um caminho para atingir os objetivos de desenvolvimento.”

América Latina: recuperação com impulso argentino

Qual é a perspectiva regional? Na América Latina, o crescimento regional é projetado 2,3% em 2025, impulsionada principalmente pela recuperação econômica da Argentina, que compensa a desaceleração esperada no Brasil e no México.

Segundo a UNCTAD, "a recuperação da economia argentina está compensando a desaceleração no Brasil e no México". A agência espera que A economia argentina crescerá 5% em 2025, após dois anos consecutivos de contração. Essa recuperação será impulsionada por "uma recuperação nos salários reais e nos gastos das famílias", enquanto "uma melhora nas condições de financiamento ajudará a impulsionar o investimento privado".

No entanto, o relatório alerta que "o aumento da desigualdade e da informalidade moderará a expansão" no país.

Em contraste, Brasil experimentará uma desaceleração para 2,2%, afetada por um ciclo de aperto monetário que restringe o investimento e o consumo. Em México, o crescimento desacelerará ainda mais, atingindo apenas 0,5%, devido às “condições financeiras restritivas” e aos “esforços de consolidação fiscal”. A implementação de "restrições mais severas à exportação" poderia até forçar uma revisão para baixo das projeções para aquele país.

Além disso, a região continua particularmente vulnerável às mudanças na política dos EUA em áreas como comércio e migração. A maioria dos bancos centrais latino-americanos iniciou ou continuará processos de flexibilização monetária em resposta à redução da inflação, com exceção do Brasil, que mantém uma política contracionista.

Consequentemente, a UNCTAD alerta que o cenário global para 2025 será marcado por profundas tensões estruturais que exigirão respostas coordenadas e sustentadas. Embora as economias latino-americanas enfrentem desafios significativos, elas também têm a oportunidade de redirecionar suas trajetórias de crescimento fortalecendo o comércio regional.

Para saber mais sobre o diagnóstico e as recomendações da organização, veja o relatório completo da UNCTAD em formato PDF: aqui

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