Embora ainda haja muito a ser feito para facilitar e controlar as cadeias logísticas pelos governos e pela comunidade empresarial, a fim de aumentar significativamente a velocidade nas cadeias logísticas, olhar para trás e ver o que 2024 nos deixou nos permitirá entender melhor para onde estamos indo. . onde estamos e para onde devemos ir no próximo ano, tanto nas Américas quanto no Caribe.
2024 foi um ano de progresso significativo na superação de obstáculos para facilitar o trânsito de pessoas e mercadorias entre países. Em uma recente reunião regional, liderada por John Mein, Coordenador Executivo do Instituto Aliança Procomex, foi destacado o progresso feito na implementação da gestão coordenada de fronteiras nas Américas e no Caribe.
Esse esforço reuniu 25 países da região e mais de 101 instituições públicas, com 18 reuniões de trabalho envolvendo agências governamentais de áreas como saúde, alfândega, agricultura e segurança. Mais de 450 representantes desses setores participaram ativamente, com o objetivo de fortalecer a segurança e otimizar o fluxo de mercadorias através das fronteiras. “A iniciativa busca promover uma colaboração sem precedentes entre os países da região”, disse César García, Consultor Sênior da Procomex.
Com isso em mente, ele continuou explicando que o projeto GCF – que começou em 2018 com a assinatura da Declaração de São Paulo pelas Alfândegas de 9 países – avançou significativamente em 2024, com um foco renovado na gestão de riscos, especialmente em áreas como o contrabando, conformidade regulatória e melhoria da infraestrutura de fronteira. Nas reuniões mais recentes, foram identificados problemas comuns, como burocracia e procedimentos aduaneiros complexos e variáveis, bem como a necessidade de melhorar os sistemas de informação e a interoperabilidade dos sistemas informáticos através das fronteiras dos países envolvidos.
Uma das principais iniciativas desse esforço foi o projeto financiado pelo Banco Mundial, que inclui uma experiência piloto de gestão coordenada de fronteiras no MERCOSUL, integrando Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Este projeto foi fundamental para avançar na análise dos pontos críticos da fronteira e forneceu um modelo que pode ser replicado em outros países da região, considerando que o GCF alcança todas as fronteiras, sejam elas terrestres, marítimas, aéreas, ferroviárias ou interiores. , como um todo interconectado.
Além disso, a implementação de verificações conjuntas e a harmonização de regulamentações são essenciais para combater o contrabando e garantir a segurança dos produtos que atravessam as fronteiras. Nesse sentido, García destacou a importância da rastreabilidade das cargas, que permitirá que órgãos agrícolas, sanitários e aduaneiros compartilhem informações importantes de forma segura e eficiente, minimizando riscos e facilitando o comércio.
À medida que a região avança nesses esforços, ele continuou, espera-se que mais países se juntem à iniciativa, o que fortalecerá a cooperação e consolidará um sistema de gestão de fronteiras mais ágil e seguro. De acordo com o Procomex, as próximas etapas incluirão o desafio de maior colaboração com as autoridades de migração e a expansão da infraestrutura e regulamentações para enfrentar os desafios emergentes no comércio e na segurança das fronteiras.
Segundo o consultor, esse esforço conjunto está lançando as bases para uma gestão de fronteiras mais integrada e eficiente, com benefícios que transcendem os países envolvidos e abrangem toda a região das Américas e do Caribe.

Um ano de ação conjunta
Durante a reunião, também foi destacada a importância das partes envolvidas na promoção conjunta da implementação efetiva da Gestão Coordenada de Fronteiras, promovendo a colaboração entre os serviços públicos e o setor privado nas Américas e no Caribe.
A tal efeito, Paula Fernández, Coordenadora da Secretaria de Proteção de Alvos Vulneráveis do Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) da Organização dos Estados Americanos (OEA), lidera esta iniciativa fundamental. Em sua apresentação, ele enfatizou que a gestão de fronteiras deve ser abordada como “um esforço integrado, tanto em nível nacional quanto internacional”, exigindo colaboração interinstitucional dentro dos países e coordenação eficaz entre agências de ambos os lados das fronteiras. Dessa forma, o CICTE, como fórum multilateral de segurança na região, reafirmou seu compromisso de promover a cooperação em todos os níveis. Ele também enfatizou que “a segurança da cadeia de suprimentos é essencial para facilitar o comércio de forma eficiente, o que por sua vez impulsiona o desenvolvimento econômico dos países”.
A representante da Alfândega Peruana, Nidia Ceballos, destacou a liderança da Alfândega Peruana na Vice-Presidência Regional da OMA para as Américas e o Caribe, posição que foi renovada até 2026. Ele destacou a importância da gestão coordenada de fronteiras, alinhada aos objetivos globais da OMA: facilitar o comércio, arrecadar receitas, proteger a sociedade e fortalecer o desenvolvimento organizacional. Ele enfatizou a cooperação entre alfândega, agências e o setor privado, e propôs melhorar o compartilhamento de informações, bem como estabelecer unidades independentes de avaliação de risco. Ele anunciou planos para implementar estratégias concretas em colaboração com o Grupo Regional do Setor Privado, com o objetivo de combater o contrabando por meio da gestão coordenada de fronteiras. Ele também reafirmou o comprometimento da equipe com os objetivos da Organização Mundial das Alfândegas.
Alfonso Rojas, líder do Grupo Regional do Setor Privado, uniram-se a esses esforços e destacaram a iniciativa que busca fortalecer a cooperação entre o setor privado e as administrações aduaneiras na América. Este grupo regional de 25 empresas e organizações trabalhou na implementação de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, gestão coordenada de fronteiras e capacitação. Além disso, promove a transparência e a ética por meio de acordos com a vice-presidência regional, como a carta de entendimento assinada em maio na Jamaica, que ratifica esse compromisso. "Embora já tivéssemos assinado um documento sobre ações e compromissos em ética", disse ele. Este trabalho conjunto destaca, sem dúvida, a importância da colaboração público-privada como um dos principais impulsionadores do desenvolvimento regional.

Fechando a pauta
Durante a reunião regional, vários tópicos adicionais foram discutidos no encerramento da pauta. Em particular, foram discutidos os desafios e possíveis soluções vinculados à gestão de riscos no âmbito do projeto GCF-MERCOSUL, juntamente com as boas práticas internacionais promovidas pelo Procomex.
Por esta razão, Erika Medina, Consultora Sênior da Procomex em representação do Banco Mundial, explicou que o estudo realizado entre janeiro e junho de 2024 teve como objetivo avaliar a gestão coordenada das fronteiras nos pontos selecionados pelo Comitê Técnico nº 2 (CT2) do MERCOSUL. O trabalho foi realizado em colaboração com os países membros: Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai, para identificar melhorias na cooperação nos postos de fronteira. Ao longo do projeto, foram realizados mapeamentos de processos presenciais e remotos em dez pontos de fronteira selecionados, o que nos permitiu identificar 274 oportunidades de melhoria y 347 ações de solução. A participação ativa dos órgãos reguladores de cada país e a colaboração público-privada foram fundamentais para o sucesso do projeto, resultando em consensos e propostas de soluções práticas para desafios comuns nas fronteiras do MERCOSUL.
O diagnóstico realizado permitiu identificar desafios específicos por país e a nível regional, abordando tópicos principais como a falta de padronização nos processos de migração, a subutilização de sistemas como Indira e Cintia e divergências nos horários de funcionamento. Eles também destacaram avanços durante a execução da obra, como a implantação de um trecho único na fronteira Chuí–Chuy, entre Uruguai e Brasil, e a eliminação de taxas portuárias no Paraguai. Também foi firmado acordo para compartilhamento de imagens de scanners entre Argentina e Uruguai, melhorando a eficiência no controle de mercadorias. Essa abordagem colaborativa e diagnóstico detalhado fornecem uma base sólida para melhorar a facilitação do comércio e a competitividade na região.
Ao final da apresentação, foi destacada a importância de abordar os gargalos identificados nas fronteiras dos países vizinhos, que também podem ser comuns em outras instituições. Foi destacada a necessidade de coordenação conjunta entre entidades públicas e privadas para melhorar a gestão das fronteiras. Também foi enfatizado que o processo de importação e exportação deve ser gerenciado de forma abrangente e holística, envolvendo diversas administrações, órgãos de controle e atores do setor privado.
Foram mencionados os seguintes oportunidades de melhoria identificadas em várias fronteiras e foi anunciado que em breve será disponibilizado acesso a uma plataforma interativa para analisar os gargalos encontrados, como os relacionados com infraestruturas, procedimentos, sistemas e regulamentos. Também foi discutida a importância do compartilhamento de informações entre os países da região e a possibilidade de apresentar outros exemplos relevantes.

Um ano que deixou várias coisas para analisar
Certamente, para enfrentar esses desafios, o ano deixou produções que são um rico material para se aprofundar no assunto. Neste sentido, o Procomex apresentou uma plataforma interativa fornecendo acesso à informação sobre gargalos e suas soluções, facilitando o trabalho conjunto das autoridades dos países membros. E ele anunciou Atividades para 2025, que incluem reuniões virtuais do Grupo Técnico entre janeiro e fevereiro daquele ano, com o objetivo de abordar a troca de informações e sua transformação em dados eletrônicos. Além disso, está prevista uma reunião preparatória para o VI Encontro Presencial do Setor Público e a sexta edição das Reuniões Coordenadas de Gestão de Fronteiras para as Américas e o Caribe, que serão realizadas em São Paulo, Brasil, de 17 a 20 de junho. Março de 2025.
À medida que o ano se aproxima do fim, é importante destacar que o conjunto de atividades apresentadas na 19ª reunião virtual do Grupo de Trabalho Regional reflete um avanço substancial na coordenação dos serviços públicos e do setor privado. Neste sentido, é fundamental reconhecer a colaboração direta entre ambos os setores, pois, sem ela, os resultados concretos alcançados em 2024 não teriam sido possíveis.
Você tem interesse em participar desta iniciativa? Escreva para o e-mail [email protegido] para mais informações.
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