Por ocasião da celebração do 30º aniversário da Organização Mundial do Comércio (OMC), a Diretora Geral Ngozi Okonjo-Iweala Ele fez uma visita oficial à Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), no Uruguai, com o objetivo de refletir sobre as conquistas da OMC e os desafios extraordinários que ela enfrenta.
Neste contexto, os 13 países membros da ALADI participaram de uma cerimônia especial do Comitê de Representantes, que contou com a presença de Beatriz Argimón, Presidenta em exercício do Uruguai, entre outras autoridades.
O valor do multilateralismo como instrumento de governação global foi destacado pela Secretário Geral da ALADI, Sergio Abreu, que presidiu o Comitê de Negociações do GATT na Rodada Uruguai em Marrakesh em 1994, que deu origem à Organização Mundial do Comércio.
A este respeito, o Dr. Abreu destacou o “compromisso inabalável» da ALADI com a OMC para abordar e encontrar soluções para os desafios do comércio internacional e do desenvolvimento sustentável. Nesse espírito de colaboração, os membros da ALADI concordaram em simplificar os procedimentos de fronteira por meio do Acordo de Facilitação do Comércio.
É verdade que a América Latina é a “região mais desigual do planeta”. Abreu destacou que são necessários instrumentos e políticas de integração social, e referiu-se à “sinergia nas áreas de trabalho”, nomeadamente: micro, pequenas e médias empresas, o empoderamento económico das mulheres e a importância das ferramentas digitais.
A OMC é mais importante do que nunca na contribuição para essa melhoria. Não há dúvida de que o sistema de comércio multilateral baseado em regras é um elemento vital que merece ser preservado e fortalecido.
Nesta reunião comemorativa, o Diretor-Geral da OMC refletiu sobre o assunto: “O futuro do comércio é digital, é ecológico e deve ser inclusivo”. E ele argumentou que a América Latina “tem oportunidades de se sair muito bem”. De fato, ele destacou o crescimento dos serviços e o desenvolvimento do hidrogênio verde.
O presidente destacou os benefícios alcançados e o quanto ainda há a ser feito na OMC. “A primeira fase da globalização tirou mais de 1.500 bilhão de pessoas da pobreza, mas deixou muitas pessoas abaixo da linha da pobreza em regiões pobres que não estavam integradas ao sistema global.”
"Agora enfrentamos protecionismo e ações unilaterais de grandes países, alguns dos quais já se beneficiaram desse sistema, e agora dizem que a globalização não funciona mais", acrescentou.
O Diretor Geral da OMC apelou aos países da ALADI para “promoverem um novo tipo de globalização que chamamos de reglobalização”. É necessário descentralizar as cadeias de suprimentos e de valor para os países que não foram beneficiados. Ele citou vacinas, minerais essenciais e semicondutores como exemplos. “A América Latina pode se beneficiar dessas oportunidades”, concluiu.
Além disso, falaram: Embaixador da Argentina -Alan Claudio Beraud- e do Brasil -Antonio Simões- que apelou ao “avanço nas negociações sobre agricultura”. Ele também participou del Presidente do Comitê de Representantes, Embaixador Rodrigo Hume Figueroa.
Por fim, a Diretora-Geral Ngozi Okonjo-Iweala foi especialmente convidada a descerrar uma placa comemorativa do 30º aniversário da assinatura do Acordo de Marrakech que - como observado - estabeleceu a OMC.
A OMC tem atualmente 164 membros, que em breve aumentarão para 166.
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