Tenho analisado os processos que existem em empresas da região da América Central e tenho observado uma prática que vem sendo aplicada principalmente na União Europeia desde 2001; Isto se deve à implementação do “Sexto Programa de Acção da Comunidade Europeia para o Ambiente”(1), que se concentra, ao contrário da região da América Central, no facto de uma vez concluído o processo aduaneiro, os resíduos ou amostras ou embalagens permanecem como parte da conclusão do mesmo, mas para a União Europeia cria uma relação com o “logística reversa”, onde envolve tanto o destinatário quanto o comprador para criar uma relação de compra, incluindo em seu processo aduaneiro o “logística reversa”. Mas o que é e em que consiste? Explicaremos isso com mais detalhes neste artigo.
A logística reversa é a estratégia no mundo da logística que consiste na recuperação de resíduos originário de uma atividade produtiva ou de consumo. É importante entender o que isso significa, pois começa no consumidor final, retrocedendo pela cadeia de suprimentos até o distribuidor ou do distribuidor até o fabricante.
A logística reversa também pode incluir processos em que o consumidor final é responsável pelo descarte do produto, incluindo reciclagem, reforma ou revenda.
Os agentes do comércio internacional usam a logística reversa quando as mercadorias são transportadas do seu destino através da cadeia de suprimentos até o vendedor e potencialmente de volta aos fornecedores. O objetivo é recuperar o valor do produto ou se livrar dele. Ao ancorá-lo, alcança-se uma simbiose de objetivos de logística reversa que, ao recuperar valor, garantem a repetição de compras. Cada vez mais, as empresas estão usando a logística reversa para construir relacionamentos com clientes, garantir compras repetidas e minimizar perdas relacionadas a devoluções.
História da Logística Reversa com seu arcabouço teórico
Na década de 70 os termos de “Fluxo reverso” e "“Canais Reversos” por Guiltinan e Nwokoye, 1974 (2) e Ginter e Starling, 1978 (3) concentrou-se principalmente na reciclagem, mas foi somente na década de 90 que o debate através do Conselho de Gestão Logística Ele desenvolveu a primeira definição formal de logística reversa, definida como “a logística da reciclagem, eliminação de resíduos e gestão de materiais perigosos.”
Até então, o termo estava intimamente ligado à reciclagem, à deposição em aterro e ao gerenciamento de materiais perigosos, mas a partir de então passou a incluir tudo relacionado às atividades logísticas de redução na fonte, reciclagem, substituição, reutilização e descarte.

Neste período da década de 90, foram introduzidas diversas terminologias relativas à conscientização ambiental do manuseio de mercadorias que poderiam ser aplicáveis à gestão dos custos de retorno e à reutilização ativa de mercadorias, mas a principal definição de Logística Reversa era Rogers e Tibben-Lembke (4) de 1998: "o movimento de produtos ou materiais na direção oposta, a fim de criar ou recuperar valor, ou para descarte adequado". Desta forma ele entrou no Grupo Europeu de Logística Reversa (5) tendo em conta o estudo de Rogers e Tibben-Lembke; No mesmo ano, produz uma abordagem própria, criando o mais específico dos tratamentos possíveis, que não foca apenas na origem do fornecedor, mas é uma definição mais ampla que envolve todo o processo logístico: “A logística reversa é entendida como o processo de gerenciamento do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados, desde um ponto de fabricação, distribuição ou uso até um ponto de recuperação ou descarte adequado.”
Ao combinar esses vários pontos de vista em sua análise, podemos verificar quais vantagens e desvantagens podem acompanhar a aplicação da logística reversa em sua cadeia de suprimentos:
Vantagens
- Minimizar o impacto ambiental: A reutilização de materiais em processos de fabricação ajuda a evitar o uso indevido de matérias-primas não processadas e requer menos energia. Essa prática beneficiará diretamente a sociedade como um todo.
- Melhore a imagem corporativa e a satisfação do cliente: Existem vantagens competitivas significativas para empresas que utilizam logística reversa. Cada vez mais clientes estão interessados em fazer negócios com empresas comprometidas com o meio ambiente.
- Descobrindo novas maneiras de retrabalhar materiais: Recuperar o valor monetário de itens rejeitados pode abrir novas oportunidades de negócios. Os outlets são um bom exemplo, especializados em vender produtos da estação anterior ou com pequenos defeitos a preços mais baixos do que o normal.
- Controle de estoque: A logística reversa envolve uma melhor organização do estoque, o que evita o armazenamento de produtos obsoletos e minimiza possíveis erros.
Todas essas vantagens também têm um impacto positivo na redução de custos e no aumento da receita.
Desvantagens
- Aumento de trabalho: Os processos de logística reversa não são fáceis. Você precisa saber como gerenciar a cadeia de suprimentos e fazer uma programação adequada para que ela funcione bem. Para implementar essas funções, é necessário pessoal adicional ou horas extras.
- Todos os departamentos da empresa devem participar: Nesse processo, grande parte da empresa precisa estar envolvida; Não fazer isso pode ser prejudicial ao trabalho diário de algumas seções ou departamentos da empresa.
- Controle de produtos devolvidos: Aqui é necessário ter pessoal para inspecionar os materiais, e a revisão deve ser feita um por um, o que é algo caro.
- Devolução de material: Às vezes, o custo da logística reversa não pode ser amortizado. Se o cliente devolver pequenas quantidades, reciclar ou reutilizar pode não valer a pena.
Todas essas desvantagens têm repercussões negativas se não forem implementadas com um plano claro e de forma sequencial.
Tipos de Logística Reversa
- Gestão de devoluções: Esse processo se concentra em devoluções de produtos por parte dos clientes ou em evitar devoluções em primeiro lugar. Essas atividades devem ser rápidas, controláveis, visíveis e diretas. Os clientes julgam uma empresa pelo seu fluxo de devoluções e políticas de devolução.
- Remanufatura ou recondicionamento: Outro tipo de gerenciamento de logística reversa inclui remanufatura, reforma e recondicionamento. Essas atividades reparam, reconstroem e reprocessam produtos.
- Gestão de embalagens: Esse tipo de logística reversa se concentra na reutilização de materiais de embalagem para reduzir o desperdício e o descarte.
- Produtos não vendidos: A logística reversa para produtos não vendidos lida com devoluções de varejistas para fabricantes ou distribuidores. Esses tipos de devoluções podem ocorrer devido a vendas baixas, estoque excessivo ou entrega recusada.
- Fim da vida útil (EOL): Quando um produto chega ao fim de vida útil, ele não é mais útil ou não funciona. O cliente pode querer substituí-lo por uma versão mais nova e melhor. Os fabricantes geralmente reciclam ou descartam produtos que chegaram ao fim de sua vida útil. Esses produtos podem criar desafios ambientais para os fabricantes.
- Produto não entregue: Os motoristas devolvem os produtos aos centros de triagem. De lá, os centros de triagem devolvem os produtos ao seu ponto de origem.
Tanto a cadeia de suprimentos quanto seu processo de desembaraço aduaneiro e aduaneiro constituem um processo complexo, o básico que o usuário externo vê é transportar um produto "X" de um ponto "UMA" até um ponto "B", Mas nós que trabalhamos na área sabemos que diversas situações podem ocorrer entre os dois pontos mencionados e seu desembaraço aduaneiro. A logística reversa convida você a pensar ao contrário do ponto de vista "B" ao ponto "UMA", desconstruir o processo logístico e conseguir criar uma simbiose de processos e ligá-los em uma única sequência onde, entendendo o processo reverso, a cadeia de suprimentos consiga manter um fluxo constante. Gostaria de saber se num futuro não muito distante os mestrados ministrados nas universidades serão sobre a desconstrução do processo com a exploração da logística reversa, e assim como existem Gerentes de Operações Logísticas Internacionais, serão criados cargos de Gerentes de Logística Reversa. suas equipes de trabalho reversas, pensando no seu retorno e no cuidado com o meio ambiente com políticas e processos próprios. Mas deixaremos o resto para um episódio futuro do multiverso logístico.
(1). “Sexto Programa de Acção da Comunidade Europeia para o Ambiente” (2001)
(2). Guiltinan e Nwokoye. (1975). Desenvolvimento de canais e sistemas de distribuição em indústrias emergentes de reciclagem. Revista Internacional de Distribuição Física e Gestão Logística.
(3). Ginter e Starling. (1978). Canais de distribuição reversa para reciclagem. California Management Review.
(4). Rogers e Tibben-Lembke (1998). Olhando para trás: tendências e práticas de logística reversa.
(5). Grupo Europeu de Logística Reversa (1998). Estudo do Grupo de Trabalho Europeu sobre Logística Reversa.
Graduado em Economia Aduaneira pela New University of San Salvador. Especialista em Melhoria Contínua e Processos Aduaneiros, Direção Geral de Alfândegas da República de El Salvador.