A abordagem de balcão único como padrão de excelência na prestação de serviços públicos tem ganhado cada vez mais importância. Projetadas para reduzir a burocracia e os custos no comércio exterior, as Janelas Únicas de Comércio Exterior (VUCEs) centralizam os procedimentos administrativos necessários para importações e exportações em uma única plataforma. Nenhum governo no mundo está imune a essa transformação. No entanto, Na América Latina, a digitalização do comércio exterior avança de forma desigual. Enquanto alguns países consolidaram seus VUCEs como ferramentas essenciais para agilizar procedimentos e aumentar a transparência alfandegária, outros ainda enfrentam desafios estruturais e tecnológicos que dificultam sua implementação completa.
Um estudo realizado pela Associação Internacional de Agentes Aduaneiros Profissionais (ASAPRA), começou em 2023 e apresentado à Organização Mundial das Alfândegas (OMA) em 5 e 6 de fevereiro de 2025 em Bruxelas, oferece uma diagnóstico conclusivo sobre a situação na região. A pesquisa avaliou a percepção de usuários intensivos de VUCE em 12 países da América Latina.
Segundo a ASAPRA, como membro do Grupo Consultivo do Setor Privado da OMA, foi proposto estender a análise aos países do continente africano, a fim de desenvolver um diagnóstico comparativo das condições e desafios enfrentados pelos mercados emergentes.
O estudo contou com o apoio da equipe de projeto do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (SINDASP) e do apoio institucional da Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (FEADUANEIROS), ambos do Brasil, o que fortalece a colaboração entre entidades privadas e organismos internacionais.

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A Janela Única de Comércio Exterior não é uma conceito novo; A definição internacionalmente aceita de janela única está contida na Recomendação 33 da UN/CEFACT. Segundo a organização, a digitalização de processos pode reduzir os custos das empresas em até 15% e melhorar significativamente a competitividade dos países.
Nos últimos anos, o termo “janela única” ganhou maior relevância na facilitação do comércio, conforme reconhecido pelo Acordo de Facilitação do Comércio da OMC. A comunidade empresarial apoia esse sistema devido à sua capacidade de simplificar procedimentos e otimizar as operações dos agentes comerciais.
No entanto, como mencionado na introdução, o Estudo da ASAPRA mostra diferenças marcantes na adoção de VUCEs na América Latina. Enquanto México e Brasil fizeram progressos na automação e integração de dados, Bolívia e Paraguai ainda enfrentam processos fragmentados e o uso de múltiplas plataformas. O relatório afirma que uma% 64 dos entrevistados enfrentam dificuldades na integração de sistemas, uma 57% relata falhas no suporte técnico e apenas uma 38% considera que o setor privado foi adequadamente consultado na implementação dos VUCEs.
Para analisar tais evidências, a ASAPRA aplicou um metodologia em 12 países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Baseou-se na aplicação de questionários estruturados e entrevistas qualitativas, com o objetivo de avaliar quatro indicadores:
- Satisfação geral do usuário
- Eficiência percebida dos VUCEs
- Redução de tempo e custos nas operações
- Principais desafios operacionais
Uma consideração adicional sobre este assunto: o principal descobertas revelam as seguintes características, que detalhamos a seguir.
- Satisfação geral do usuário:A satisfação média é 3,46 de 5, com valores variando entre 2,8 e 4,3 dependendo do país. México e Chile foram os países com as maiores pontuações, enquanto Bolívia e Paraguai registraram pontuações abaixo da média.
- Eficiência Percebida: A eficiência percebida tem uma média de 3,28 de 5. Os países com maiores níveis de automação e interoperabilidade foram aqueles que obtiveram as melhores classificações.
- Redução de Tempo e Custos:Em termos de tempo, uma redução média de 30% nos processos aduaneiros, com variações entre 15% e 45%. A classificação média do usuário foi 3,39 de 5, sendo especialmente positivo em países que já implementam tecnologias como inteligência artificial e blockchain.

Em conclusão e no que diz respeito à próximos passos, destaca-se que “a colaboração com a Organização Mundial das Alfândegas (OMA) e a possibilidade de estender o estudo a outros continentes sublinham a necessidade urgente de implementar políticas que promovam a eficiência, a previsibilidade e a competitividade global. Esta pesquisa, em suma, abre caminho para a consolidação de processos aduaneiros mais integrados e modernos, essenciais para o crescimento econômico sustentável e maior competitividade em nível global.”
Por fim, destaca-se que a Apresentação oficial do estudo na sede da OMA em Bruxelas, perante o subsecretário-geral Ricardo Treviño Chapa, contou com a presença de personalidades notáveis.

A saber:
- Nelson Brens Castillo, Presidente da ASAPRA
- Katya López, Coordenadora da Mesa Redonda de Tecnologia da ASAPRA
- Líderes de associações membros da ASAPRA de vários países
Entre os principais tópicos discutidos estavam o papel fundamental das Janelas Únicas de Comércio Exterior (VUCEs) na modernização do comércio, a urgência de fortalecer a cooperação entre os setores público e privado e a possibilidade de expandir o estudo para países do continente africano.
O segundo dia do evento incluiu uma reunião técnica liderada por Karl Flohr, Adido Técnico de Procedimentos e Facilitação da OMA, com a participação de:
- Yuri Cunha, especialista técnico responsável pelo estudo
- José Carlos Raposo Barbosa, Vice-Presidente Regional da ASAPRA para a América do Sul
- Marcelo de Castro Ferreira, Diretor de Marketing Institucional da ASAPRA
- Elson Isayama, Presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (SINDASP)
Este evento reafirmou o compromisso da ASAPRA e seus parceiros em continuar promovendo a inovação e a integração nos processos aduaneiros em todo o mundo.
Pelos motivos acima, Convidamos a comunidade a baixar o relatório completo, disponível em Inglês, português. y espanhol. Propomos duas formas de leitura: percorrer o sumário executivo, as secções sobre balcões únicos, metodologia e resultados, ou explorar directamente eo país do seu interesse. Cabe destacar que os resultados por país correspondem apenas aos que obtiveram respostas representativas, critério que a Argentina não cumpriu nesta ocasião, conforme esclareceu a ASAPRA em resposta a uma consulta da Notícias Aduaneiras.

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