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Dezoito países da América Latina e do Caribe unem forças na Aliança para a Segurança e o Desenvolvimento

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Num esforço sem precedentes, dezoito países da América Latina e do Caribe (ALC) anunciou nesta quinta-feira (12.12.2024) a criação da Aliança para a Segurança, Justiça e Desenvolvimento, uma iniciativa liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo é enfrentar em conjunto os crescentes desafios impostos pelo crime organizado na região.

O anúncio oficial ocorreu em Bridgetown, Barbados, marcando um marco na cooperação regional. A Aliança será baseada em três pilares fundamentais: proteger populações vulneráveis, fortalecer instituições de segurança e justiça e reduzir mercados e fluxos financeiros ilegais. Também promoverá políticas baseadas em evidências e ações concretas para atingir seus objetivos. Os países participantes são: Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Brasil, Chile, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai.

"O crime organizado opera através de fronteiras e, portanto, requer uma ação regional ousada e coordenada. “Melhorar a colaboração é essencial para proteger comunidades, fortalecer nossas instituições e desencorajar atividades ilícitas em toda a região.”, destacou Ilan Goldfajn, presidente do BID. Ele também enfatizou que esta Aliança permitirá o estabelecimento de parcerias estratégicas e a mobilização de recursos essenciais para ampliar o impacto dos esforços nacionais e internacionais contra o crime.

O custo do crime na região

O crime e a violência têm um impacto significativo no desenvolvimento dos países da ALC. De acordo com o estudo do BID intitulado "Os custos do crime e da violência: ampliação e atualização das estimativas para a América Latina e o Caribe”, custos diretos As taxas de criminalidade subiram para 3,44% do PIB regional em 2022, um número alarmante que se mantém constante desde 2019. Esse valor representa quase 80% do orçamento público destinado à educação. O Caribe foi a sub-região onde esses custos foram mais altos em 2022, atingindo 3,83% do PIB, seguido pela América Central (3,46%), Região Andina (3,22%) e Cone Sul (3,2%).

Além disso, o estudo analisa a custos indiretos, como declínio do investimento, menor produtividade empresarial e aumento da migração. Setores importantes como o turismo também são severamente afetados pela insegurança, prejudicando o potencial de crescimento e o bem-estar geral da região.

Governança

Para levar a cabo os objectivos propostos, a Aliança será liderada por um Comitê de direção e terá três grupos técnicos no qual participarão mais de 20 países. Essas unidades já estão trabalhando em iniciativas específicas, como:

  • Reduzir a violência e o tráfico em comunidades vulneráveis.
  • Melhorando os sistemas de segurança por meio da tecnologia e da colaboração internacional.
  • Redução de mercados ilícitos por meio de ferramentas avançadas e maior coordenação regional.

O BID atuará como Secretário técnico da Aliança, fornecendo apoio estratégico e contribuindo para a mobilização de recursos para implementar intervenções eficazes. No Caribe, as ações serão desenvolvidas por meio de Um Caribe Seguro, um ramo do Programa do BID ONE Caribe 2024-2028, o que garantirá o alinhamento com iniciativas mais amplas e processos simplificados.

O Equador assumirá a primeira presidência pro tempore da Aliança, liderando os esforços iniciais.

Aliança multissetorial

Segundo o BID, a Aliança conta com o apoio de pelo menos uma vez organizações internacionais, incluindo: Organização dos Estados Americanos (OEA), Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), Caricom IMPACS, entre outros.

Este amplo apoio multissetorial reforça a necessidade urgente de compromisso regional e global no combate ao crime organizado. A este respeito, Goldfajn destacou: “Combater o crime e a violência exige não apenas recursos, mas também uma vontade política firme e inabalável.". (Estudo “Os custos do crime e da violência: ampliação e atualização das estimativas para a América Latina e o Caribe”)

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