Os Governos do Brasil e do Uruguai acordaram nesta terça-feira (07.03.2023) realizar a integração física para o desenvolvimento da região de fronteira entre os dois países por meio vários projetos de infraestrutura como a binacionalização do aeroporto de Rivera.
O acordo foi selado durante a visita ao Brasil dos ministros das Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo; Economia e Finanças, Azucena Arbeleche; e Transportes e Obras Públicas, José Luis Falero.
A parte brasileira foi representada no encontro pelo chanceler Mauro Vieira e pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, dos Transportes, Renan Filho, e dos Portos e Aeroportos, Márcio França.
De acordo com um comunicado conjunto, durante a reunião foi acordado converter o Aeroporto de Rivera (norte do Uruguai), em um aeroporto binacional, e licitar “como obra pública” a dragagem do Hidrovia Uruguai-Brasil entre a lagoa Merín, no Uruguai, e a lagoa Patos, no Brasil.
Também será aberto concurso para a construção da ponte sobre o rio Yaguarón, e os preparativos serão retomados parapara reabilitar a travessia rodoviária eEntre as cidades de Yaguarón, no Brasil, e Río Branco, no Uruguai: o histórico Ponte Barão de Mauá, trabalho a ser realizado quando a nova ponte estiver operacional.
A declaração conjunta afirmou que ambas as nações avançariam em questões relacionadas ao trabalho de infraestrutura e cooperação de fronteira.
"Os temas discutidos são de grande importância e relevância para as relações bilaterais" e também são fruto da visita que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez ao Uruguai em sua terceira semana de governo, disse Vieira após o encontro em apresentação com seu Contraparte uruguaia.
Segundo ele, a visita de Lula a Montevidéu no final de janeiro para se reunir com seu colega uruguaio, Luis Lacalle Pou, deixou clara "a importância que o Brasil dá às relações bilaterais durante este novo governo".
Por sua vez, o chanceler Bustillo destacou o valor das obras acordadas para a vida da população que vive na região fronteiriça e comemorou o bom estado das relações bilaterais.
Ele explicou que eles estão cumprindo "o mandato histórico" e especificamente o dos dois presidentes, "que nos confiaram avançar em questões específicas de integração histórica, e especialmente a integração física".
Desta forma, o chanceler uruguaio destacou que a verdadeira integração é a integração física, porque não há como voltar atrás.
Para promover estes projetos, Será criado um grupo de trabalho binacional, diz a declaração. O documento também estabelece que o Mercosul será modernizado para criar um bloco aberto e integrado.
“Falamos sobre todas as questões do Mercosul, tarifas, exceções, restrições, que podem avançar ou retroceder. "O que nunca poderá ser revertido é um projeto físico como o que Uruguai e Brasil concordaram neste momento", explicou Bustillo.
O Brasil é historicamente um dos principais parceiros do Uruguai. Dados oficiais indicam que em 2022 o comércio bilateral totalizou US$ 4.700 bilhões, 22% superior ao alcançado em 2021.
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