No Centro de Despachantes Aduaneiros e perante um grande público de advogados, juízes, acadêmicos e especialistas em comércio exterior, foi apresentado o livro "Direito da Integração" do jurista argentino Ricardo Xavier Basaldúa, editado pela Abeledo Perrot.
Com palavras de agradecimento, a apresentação foi aberta pelo Presidente da CDA, Geraldo Pardal, que destacou a grande presença no espaço de aprendizagem.

Por que ler o novo livro
O primeiro a dar testemunho do livro (via zoom) foi o Dr. Andrés Rohde Ponce, Presidente da Academia Internacional de Direito Aduaneiro, que - como prologuista desta obra - revisou os antecedentes do autor, destacando a escrita e a ordem, bem como a vasta bibliografia do livro. “É um trabalho completo, não deixa nada pendente; Portanto, é um instrumento de conhecimento necessário para todos aqueles que são juízes, autoridades e estudiosos da matéria, principalmente hoje, quando grande parte da atividade dos despachantes aduaneiros e comerciantes é regida por tratados internacionais." .
Por sua vez, o Dr. Enrique Barreira, coautor do Código Aduaneiro e sócio do escritório BRSV Abogados, comentou algumas capítulos do livro. Quatro deles tratam da teoria da integração e os seis restantes desenvolvem a parte prática das tentativas de integração, a saber: a União Europeia, o Mercado Comum Centro-Americano, a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), a Comunidade Andina, MERCOSUL e o Acordo de Livre Comércio entre Canadá, Estados Unidos da América e México (T-MEC).

Barreira destacou que Basaldúa inicia o objeto de estudo com a história. Leitor ávido de José Ortega y Gasset, ele toma como base uma série de experiências passadas que condicionam seu ser e suas possibilidades. Assim, ele explica o bilateralismo, modelo de acordo bilateral com cláusula da nação mais favorecida que produziu uma reação dos países contra o protecionismo. No final da Segunda Guerra Mundial, o multilateralismo foi criado. Os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, representados pelo presidente Franklin Roosevelt e pelo primeiro-ministro Winston Churchill, assinaram a Carta do Atlântico, que lançou as bases para a nova ordem mundial. Primeiro, foram criados o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD, futuro Banco Mundial) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os países assinaram então o chamado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT 1947), que ao consagrar o princípio da não discriminação entre mercadorias estrangeiras - acompanhado da incondicional Cláusula da Nação Mais Favorecida - substituiu o sistema de comércio internacional do bilateralismo pelo multilateralismo. , por meio do qual se pretende que todos os países que estabeleçam relações comerciais tenham um código de conduta único. Contudo, no artigo XXIV do GATT, como exceção a este princípio, está contemplada a possibilidade de criação de uniões aduaneiras e zonas de livre comércio, de modo que os países que integram estas uniões não sejam obrigados a estender as vantagens que concedem entre si. às outras Partes Contratantes do GATT.

Diante disso, Barreira concluiu seu comentário com o conceito de “natureza associativa” do Direito de Integração desenvolvido no livro. “Essa natureza associativa implica proximidade para atingir objetivos comuns e combinar interesses.” Com base nisso, foi criada na América Latina a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), posteriormente substituída pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), e foram desenvolvidos processos de integração. Por todas essas razões, há muitas razões para ler o novo livro de Ricardo Xavier Basaldúa.
Fornecido com “integridade”, nas palavras do Dr. Héctor Vidal Albarracín, co-editor do Código Aduaneiro e assessor do CDA, a obra escrita tem como título de destaque “Direito da Integração”, uma vez que a integração é um processo “regulamentado” e tratado como “disciplina ou teoria geral«. Vidal Albarracín concordou com Enrique Barreira quanto à especialização em Direito da Integração. Ele disse que “a integração regional não é apenas um tópico de interesse atual, mas também uma questão crucial para entender como as nações colaboram em desafios comuns”.
Ricardo Xavier Basaldúa -coeditor do Código Aduaneiro Argentino de 1981, ainda em vigor, e autor de sete livros e diversas obras colaborativas, além de numerosos artigos- trabalhou no MERCOSUL em um momento em que o bloco gerava muito entusiasmo (1991) . Ele colaborou com o Conselho Argentino de Relações Internacionais (CARI) na esperança de que o projeto pudesse prosseguir. Posteriormente, os diversos governos não conseguiram apoiar a melhoria do processo e agora apresentam uma “situação de desilusão”, apesar de o MERCOSUL ser a “única coisa que temos no atual cenário internacional incerto em que vivemos”.
A este respeito, Basaldúa assegurou que “O livro é uma aposta em tentar demonstrar os caminhos que podemos seguir. Os processos de integração que queiram progredir devem fazê-lo através dos governos; Se os governos não promoverem os processos, é impossível que os indivíduos o façam.”
"Esta é a razão da apresentação do livro, uma ferramenta útil para alcançarmos algo que nos interessa: a união com países irmãos, que podem nos ajudar a ter presença no mundo", acrescentou o jurista argentino.
Pelos motivos acima, é um livro que ainda tem muito a nos ensinar quando se trata de nos inserir em um mundo globalizado.

Link para o lançamento do livro
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