O Parlamento austríaco aprovou nesta quarta-feira (18.09.2019) uma moção que obriga o Governo a vetar perante o Conselho Europeu a aprovação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (composto por Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai).
A proposta foi apoiada por quase todos os partidos parlamentares (social-democratas, democratas-cristãos, ultranacionalistas e pró-comunistas), com exceção do liberal NEOS, que apoia o acordo, embora peça algumas modificações.
O grupo social-democrata SPÖ, um dos proponentes da moção, descreveu a aprovação da medida como “uma grande vitória para os consumidores, o meio ambiente, a proteção animal e os direitos humanos”.
O partido conservador ÖVP, atualmente o maior no parlamento, apoiou inesperadamente a proposta, enquanto o ultranacionalista FPÖ disse que o acordo era "história" e argumentou que a Áustria não poderia se curvar aos interesses da indústria.
Os Verdes, que não estão no parlamento, também se posicionaram a favor de impedir o que descreveram como um “acordo prejudicial”.
A Áustria realizará eleições gerais antecipadas no dia 29, que resultarão em um novo Parlamento e um novo Executivo, que substituirão o atual gabinete de especialistas, no poder desde junho passado, após uma crise política que pôs fim à coalizão entre conservadores e nacionalistas.
O novo governo será obrigado a aplicar esse veto no Conselho Europeu, onde todos os países da UE estão representados e que deve ratificar o acordo, juntamente com o Parlamento Europeu e os Estados-Membros.
Em 28 de junho, após 20 anos de negociações, a UE e o Mercosul finalizaram o acordo comercial, que ainda precisa ser ratificado para entrar em vigor.
As principais objeções de alguns países europeus se baseiam no protecionismo de certos setores de sua economia, que, se o tratado for aplicado, terão que competir com a poderosa produção sul-americana.
Fonte: Reuters
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