InícioComércioA Primeira Conferência de Direito Aduaneiro Equatoriano consolida o Direito Aduaneiro no Equador

A Primeira Conferência de Direito Aduaneiro Equatoriano consolida o Direito Aduaneiro na região andina

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A Primeira Conferência Equatoriana sobre Direito Aduaneiro foi concluída na quarta-feira, 20 de novembro de 2024, com resultados importantes que marcam um marco no estudo e na prática do Direito Aduaneiro no Equador e na região andina, que inclui Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Este evento reuniu mais do que participantes 500, entre acadêmicos, profissionais, despachantes aduaneiros, operadores de comércio exterior, advogados e estudantes, que se uniram ao debate sobre os desafios e oportunidades do comércio exterior.

Principais conclusões dos painéis e conferências

Eixo 1: Regulamentação aduaneira no âmbito dos acordos comerciais internacionais

  • A correta implementação de compromissos internacionais decorrentes de acordos comerciais, como aqueles relacionados à facilitação do comércio e regras de origem, é crucial para promover a competitividade e garantir a segurança jurídica nas operações aduaneiras.
  • A harmonização de procedimentos e regulamentações alfandegárias em níveis regional e internacional, como na Comunidade Andina, melhora a interoperabilidade e reduz as barreiras ao comércio.
  • Foi destacada a importância da cooperação internacional para enfrentar desafios comuns, como a nova dinâmica protecionista em alguns países desenvolvidos, a complexa relação comercial entre os EUA e a China, o contrabando e a subvalorização de mercadorias.

Eixo 2: Valoração aduaneira e classificação pautal de mercadorias

  • A avaliação e classificação adequadas das mercadorias são essenciais para determinar corretamente os impostos e taxas aplicáveis, bem como para evitar a evasão fiscal e o contrabando.
  • Os métodos de avaliação estabelecidos no Acordo de Valor da OMC, bem como nas normas andinas que regulamentam a matéria, são ferramentas fundamentais, mas sua correta aplicação requer capacitação contínua para evitar controvérsias e garantir a equidade no comércio.
  • A tecnologia, como o uso de inteligência artificial e ferramentas digitais, pode agilizar os processos de classificação e avaliação, mas as autoridades alfandegárias precisam adotar regulamentações e práticas claras para integrá-los efetivamente.

Eixo 3: Infrações aduaneiras e sanções

  • O quadro regulamentar deve garantir a proporcionalidade e a clareza na classificação das infrações e na imposição de sanções, promovendo o equilíbrio entre a prevenção de atividades ilícitas e a facilitação do comércio.
  • Digitalizar e automatizar procedimentos alfandegários pode reduzir significativamente as violações resultantes de erros humanos e melhorar a transparência nas operações.
  • Foi enfatizada a necessidade de fortalecer as capacidades de investigação e auditoria das autoridades aduaneiras para combater eficazmente o contrabando e as operações fraudulentas.

Eixo 4: Jurisprudência relevante em matéria aduaneira

  • A jurisprudência desempenha um papel fundamental na interpretação e aplicação uniformes das regras aduaneiras, especialmente em um ambiente onde as regras estão em constante evolução devido à globalização e à digitalização.
  • Os casos analisados ​​demonstraram a relevância dos tribunais nacionais e internacionais na resolução de litígios relacionados à valoração aduaneira, classificação e sanções.
  • Foi destacada a importância da transparência e do acesso à informação sobre precedentes judiciais, permitindo que os operadores econômicos entendam melhor seus direitos e obrigações.

Os diversos expositores e painelistas da Conferência ressaltaram a necessidade de atualização constante do conhecimento em direito aduaneiro para enfrentar os desafios decorrentes da digitalização e globalização do comércio. A integração de avanços tecnológicos, cooperação internacional e foco em treinamento e clareza regulatória surgiram como elementos indispensáveis ​​para fortalecer a eficiência, previsibilidade e justiça nas operações aduaneiras.

A Declaração de Quito e o nascimento do Fórum Andino de Direito Aduaneiro

Um dos resultados históricos desses encontros foi a adoção da Declaração de Quito, documento que instituiu o Fórum Andino de Direito Aduaneiro. Este espaço será fundamental para o diálogo e a cooperação interinstitucional e interdisciplinar, promovendo a análise, a pesquisa e a divulgação do Direito Aduaneiro na região.

Este documento foi assinado inicialmente por César Montaño Galarza, Reitor da Universidade Andina Simón Bolívar (UASB-E), e Fernanda Inga, Presidente do Instituto Equatoriano de Direito Aduaneiro (IEDA).

Assinatura da Declaração de Quito | Foto: IEDA

Além disso, o documento foi aberto para assinatura de expositores, painelistas e participantes, consolidando o compromisso coletivo de gerar estudos comparativos sobre regulamentações aduaneiras e sua aplicação prática na região andina; desenvolver propostas de otimização dos procedimentos aduaneiros, considerando os desafios da digitalização e da economia digital; Promover a formação e atualização contínua de advogados, operadores aduaneiros e autoridades em matérias como a valoração, a classificação e o contencioso em matéria aduaneira; e também promover a publicação de livros e artigos científicos destinados a fortalecer a análise especializada do Direito Aduaneiro na região andina.

Apelos para continuar a construir o futuro do Direito Aduaneiro

A conferência foi concluída com uma convocação para novos membros da IEDA, convidando todos aqueles que compartilham a paixão pelo Direito Aduaneiro a se juntarem e serem parte ativa desta comunidade profissional. Além disso, foi prorrogado um segundo chamado para publicação na revista anual. Mundo Aduaneiro, um espaço destinado a pesquisadores, acadêmicos e profissionais interessados ​​em contribuir para o desenvolvimento teórico e prático do Direito Aduaneiro.

Direito Aduaneiro, mais relevante do que nunca

Segundo seus organizadores, “essas conferências reafirmaram a importância do Direito Aduaneiro para o desenvolvimento econômico da região andina, deixando uma perspectiva alentadora para seu futuro: mais debate, mais pesquisa e mais ação colaborativa”. Eles também expressaram sua gratidão a todos os presentes e a todos que tornaram possível este grande evento, destacando que “o compromisso continua, porque na IEDA estamos unidos pelo Direito Aduaneiro”.

Primeira Conferência Equatoriana sobre Direito Aduaneiro, na Universidade Andina Simón Bolívar, sede do Equador, 19 e 20 de novembro de 2024 | Foto. IEDA

Gostaríamos de agradecer à Dra. Fernanda Inga pela colaboração na elaboração deste artigo.

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O Aduana News é o primeiro jornal aduaneiro argentino a lançar sua versão digital. Com 20 anos de experiência, suas publicações e iniciativas visam facilitar o conhecimento mais relevante sobre questões aduaneiras, a fim de contribuir para o comércio seguro na região.

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