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Especialistas analisam os desafios da regulamentação do comércio estratégico na América Latina para transferência de semicondutores e tecnologias emergentes

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Na semana passada a Mesa Redonda foi realizada virtualmente “Os novos desafios da regulação do comércio estratégico na América Latina: a transferência de semicondutores e tecnologias emergentes”, uma iniciativa do Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O encontro reuniu acadêmicos com representantes de associações empresariais, para conscientizar sobre o atual ambiente geopolítico, os padrões internacionais para comércio estratégico seguro e a situação da cadeia de suprimentos de semicondutores na região - particularmente os casos do Brasil, Costa Rica e México. a fim de identificar os principais obstáculos legislativos às transações comerciais.

Conforme Marcelo Martínez, Coordenador Regional do CICTE OEA, “O desafio da América Latina na comercialização, produção e distribuição de matérias-primas é fortalecer mecanismos estratégicos de controle comercial para facilitar o comércio seguro.”

Momento atual com história

Partindo do princípio de que é necessário gerar uma maior sensibilização sobre a questão, Gonzalo Paz, Pesquisador da Universidade de Georgetown, fez uma clara revisão histórica do momento atual caracterizado pela segurança que tem permeado a agenda das relações internacionais contemporâneas. "O mundo que conhecíamos depois da queda do Muro de Berlim (1989) e da dissolução da União Soviética (25 de dezembro de 1991) está passando por mudanças", disse ele.

Paz revisou brevemente a globalização, que foi basicamente o resultado da revolução das comunicações, que tornou possível a realocação das atividades industriais. Ele detalhou a ascensão da China no comércio e a grande crise financeira de 2008 originada nos Estados Unidos que levou seu governo a adotar medidas protecionistas, situação que foi notavelmente acentuada pela política comercial do governo do presidente Donald Trump.

Em resumo, Paz também disse que nesse contexto houve uma mudança na produção de energia onde o lítio se tornou o elemento fundamental para baterias e armazenamento. "Esses são alguns dos elementos da grave situação que enfrentamos, caracterizada pela competição entre China e Estados Unidos e por uma economia baseada no medo", disse ele.

Controle do comércio estratégico

Tendo em conta este contexto global, Emiliano Buis, Consultor Especialista em Controle Estratégico do CICTE OEA, Ele se referiu aos semicondutores e às tecnologias emergentes na América Latina. Esses facilitadores de tecnologia estão experimentando uma rápida taxa de crescimento como blocos de construção de toda a tecnologia moderna. "São elementos utilizados em muitos setores de produção, como a defesa, tornando-se bens de dupla utilização, ou seja, tanto para uso pacífico quanto para a fabricação de armas", disse Buis. Nesse sentido, "é essencial garantir um mundo livre da ameaça de armas não convencionais", acrescentou.

Buis também discutiu os fundamentos do regime multilateral implementado para combater esses perigos, bem como seus desafios e obstáculos. Especificamente, ele falou sobre o Resolução 1540 adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 28 de abril de 2004, que complementa todas as convenções internacionais existentes, dando especial atenção aos atores não estatais e ampliando as ações que devem ser regulamentadas e controladas.

Na América Latina, controles fracos podem levar à desestabilização e promover a transferência irresponsável desses produtos estratégicos.

Buis, portanto, defendeu o cumprimento e a implementação adequada dos padrões legais atuais para consolidar o papel crescente dos países latino-americanos na produção e transferência de tecnologias emergentes, reduzindo os riscos de proliferação.

Facilitação Estratégica do Comércio

Erika Medina, Consultora Sênior da Procomex, desenvolveu outro tema central intitulado “Mapeando a cadeia de suprimentos de semicondutores como uma ferramenta para promover a facilitação segura do comércio na região da América Latina: os casos do Brasil, Costa Rica e México”.

Durante sua participação, Medina descreveu o contexto e os desafios da indústria de semicondutores no mundo liderada por importantes players como Estados Unidos, Taiwan, China, Coreia do Sul e América Latina, onde México e Brasil dominam a indústria na região e Costa Rica . Rica é um player emergente. E revisou algumas tendências internacionais que apontam para uma maior regionalização da produção e do comércio, caracterizadas pelo acordo que institui a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP) entre 15 países da Ásia e do Pacífico (2022), bem como o USMCA, a nova Aliança do Norte. Acordo de Livre Comércio dos Estados Unidos entre Estados Unidos, Canadá e México (2020), e o Chips for America Act (2021), um amplo programa para a indústria de semicondutores que tem como principal objetivo a segurança nacional.

Ele também explicou a estrutura da indústria de semicondutores que está se desenvolvendo no Brasil, as intenções do atual governo de integrar o país sul-americano a essa cadeia produtiva, as medidas a serem implementadas e a situação positiva na fabricação e na pesquisa. Na mesma linha, a Costa Rica tem capacidade para desenvolver essa indústria altamente competitiva, com centros globais de pesquisa e serviços. Enquanto isso, o México tem um ecossistema de aproximadamente 600 empresas.

O especialista destacou a oportunidade para a América Latina expandir o desenvolvimento da cadeia de suprimentos de semicondutores de forma segura, facilitando o comércio.

“A facilitação do comércio envolve o aumento da cooperação entre as partes envolvidas, o fortalecimento da coordenação transfronteiriça que leva a iniciativas de intercâmbio comercial mais fortes, a intensificação dos esforços de comunicação em áreas como simplificação e harmonização e a resposta aos mecanismos de formação do setor público e privado”, explicou. .

A região tem condições. Os palestrantes também destacaram os elementos que devemos considerar para impulsionar a cadeia de suprimentos de semicondutores na América Latina. Daí a mensagem e o título do evento.

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