Brasil registra superávit comercial em setembro 2.246 bilhões de dólares, valor 55,7% menor que o mesmo período de 2018 (5.071 bilhões de dólares), informou o Governo nesta terça-feira (01.10.2019).
O saldo positivo entre exportações e importações do país não era tão baixo para este mês desde setembro de 2014, quando o Brasil registrou déficit comercial de 946,4 milhões de dólares, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia.
O fraco desempenho deveu-se à queda de 2,33% nas exportações, de US$ 19.187 bilhões em setembro de 2018 para US$ 18.740 bilhões no mês passado, enquanto as importações saltaram 16,84%, de US$ 14.116 bilhões em setembro do ano passado para US$ 16.494 bilhões no mesmo mês de 2019.
O resultado de setembro fez com que o superávit acumulado do Brasil no ano caísse 19,0%, de US$ 41.737 bilhões nos primeiros nove meses do ano passado para US$ 33.790 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.
Enquanto as exportações acumuladas nos primeiros nove meses do ano caíram 6%, para 167.379 bilhões de dólares, as importações acumuladas entre janeiro e setembro caíram 1,8%, para 133.589 bilhões de dólares.
O governo agora espera que as exportações excedam as importações neste ano em US$ 41.800 bilhões, embora no mês passado ele esperasse um superávit comercial de US$ 56.700 bilhões em 2019.
Se a nova previsão se confirmar, o Brasil fechará 2019 com superávit comercial 28% menor que o do ano passado (US$ 58.000 bilhões).
Segundo o Secretário de Estatísticas do Comércio Exterior do Ministério, Herlon Brandão, O governo estima que as exportações brasileiras cairão 7,1% em relação ao ano passado, em decorrência do cenário internacional negativo causado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.
«Preços internacionais dos produtos brasileiros de exportação estão em queda e comércio exterior deve sofrer retração em 2019», disse Brandão.
«Para as organizações internacionais, a principal razão para esse declínio global são as expectativas negativas geradas pela guerra comercial.Ele acrescentou.
Brandão também citou entre outros fatores que afetaram o comércio exterior brasileiro neste ano a peste suína na China, que obrigou o gigante asiático a abater seu rebanho e reduzir as importações de soja do Brasil, e a crise argentina, que derrubou as vendas de carros brasileiros para o país vizinho.
«A Argentina, que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, está sofrendo muito com o impacto da crise econômica global., disse Brandão após esclarecer que a Argentina é o destino de quase 70% das exportações brasileiras de automóveis.
De vendas
Exportações brasileiras para Argentina caiu 34,2% nos primeiros nove meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, principalmente devido à queda nas vendas de automóveis, caminhões, tratores, combustíveis e soja.
Exportações para América Central e Caribe foram reduzidos em 22,5% nos primeiros nove meses do ano, os destinados à União Europeia em 9,0%, os destinados à África em 5,6% e os destinados à Ásia em 1,7%.
Por outro lado, as vendas para Oceânia cresceram 21,8% no acumulado do ano, os destinados ao Oriente Médio 17,3% e os destinados aos Estados Unidos 5,1%.
Destino
Os principais destinos das exportações brasileiras entre janeiro e setembro foram China, com 48.037 bilhões de dólares; Estados Unidos (21.801 milhão de dólares), Holanda (8.084 milhão de dólares), Argentina (7.474 milhões de dólares) e Chile (3.830 milhões de dólares).
Quanto à origem das importações brasileiras, os principais fornecedores do país neste ano são a China, com 27.094 bilhões de dólares, Estados Unidos (22.536 bilhões de dólares), Alemanha (7.833 bilhões de dólares), Argentina (7.815 bilhões de dólares) e Coreia do Sul (3.670 bilhões de dólares).
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