Argentina fechou o ano com o superávit comercial de aproximadamente 18.000 mil milhões de dólares, o maior da história do comércio exterior de mercadorias do nosso país, reverter o déficit de US$ 7.000 bilhões de 2023
O resultado reflete uma Crescimento de 18% nas exportações, com um total de US$ 72.642 bilhões, e um Queda de 20% nas importações, em comparação com 2023.
Esse saldo mostra um ano positivo para o comércio exterior argentino, com foco na recuperação e no crescimento das exportações, apesar dos desafios iniciais nas importações.
Qual foi o motivo do enorme crescimento das exportações?
Isso se deveu principalmente ao desempenho de setores-chave como:
a) Agroindústria, devido aos melhores preços internacionais e ao aumento da produção.
A melhoria do clima pós-seca influenciou decisivamente o aumento das exportações de
MOA – Produtos de Origem Agrícola e PP – Produtos Primários.
b) Indústria de transformação, devido ao aumento da demanda por produtos industriais em
mercados-chave, o que resultou numa forte recuperação das exportações do MOI –
Fabricação de Origem Industrial.
c) Energia, devido a um aumento significativo na exportação de gás e petróleo.
E o que aconteceu com as importações?
Enquanto, a queda nas importações foi muito pronunciada.
Acabou sendo 21,5% nos primeiros 10 meses do ano, mas começou a se recuperar no quarto trimestre.
Três razões explicam esse fenômeno:
a.Grande desvalorização No início do ano.
b.Diferimentos fiscais pelos regulamentos do BCRA.
c.A recessão devido ao ajuste macroeconômico, a demanda enfraqueceu.
Por fim, espera-se a eliminação do imposto PAIS, que reduziu os custos em 7,5% até 24 de dezembro, impulsionará as compras estrangeiras.
Fatores principais
Para atingir os resultados declarados, o governo implementou:
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Políticas comerciais: Com redução de tarifas e eliminação de impostos para facilitar o comércio exterior.
- Taxa de câmbio: fez com que nossa moeda se valorizasse em relação ao dólar americano. A moeda argentina está 5% mais valorizada em termos reais do que no final do governo de Mauricio Macri, que privilegia as importações.
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Parceiros de negócios
1.Os principais países compradores, destino das nossas vendas externas (exportações), foram os seguintes:
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- Brasil: 17%
- União Europeia (UE): 14,0%
- China: 8,0%
- Chile: 8%
- Estados Unidos: 8%
- Índia: 4%
- Indonésia: 2%
- Vietnã: 2%
- Peru: 2%
- Resto do mundo: 35%
O que vendemos para eles?
A Argentina exporta uma variedade de produtos para seus principais parceiros comerciais. Um bom resumo dos produtos mais vendidos para cada um desses países é o seguinte:
- Brasil
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Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja, trigo.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- União Europeia (UE)
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Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e laticínios
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- China
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Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.
- Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Chile
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Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Estados Unidos
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Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Índia
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Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Indonésia
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Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Vietnã
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Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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- Peru
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Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.
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Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
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Esses produtos representam uma parte significativa das exportações argentinas e refletem o forte presença do agronegócio no comércio exterior do país.

2. Os principais países que são a origem das nossas compras externas (importações)), são:
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- Brasil: 23.1%
- China: 18.8%
- União Europeia (UE): 16.1%
- Estados Unidos: 10.3%
- Outros países: 31.7%
O que compramos deles? Produtos importados
- Brasil
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Combustíveis e lubrificantes, máquinas e equipamentos, produtos químicos.
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- China
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Máquinas e equipamentos, produtos eletrônicos, têxteis.
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- União Europeia (UE)
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Máquinas e equipamentos, produtos químicos, veículos automotores.
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- Estados Unidos
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- Máquinas e equipamentos, produtos químicos, veículos automotores.

Impacto do Acordo Mercosul-UE
Com a implementação do acordo comercial entre Mercosul e UE, espera-se que as importações de produtos europeus aumentem, especialmente em setores como máquinas, equipamentos e produtos químicos. Isso poderia beneficiar as indústrias argentinas ao fornecer acesso a tecnologias avançadas e matérias-primas de alta qualidade.
O que é esperado para 2025?
O governo está propondo uma Crescimento do PIB em 2025 de 5%, o que resultaria em termos de comércio exterior de bens, superávit comercial de aproximadamente US$ 20.000 bilhões.
Porém, se analisarmos esse cenário, As importações seguem sempre a mesma curva de crescimento do PIB devido ao aumento da atividade económica, então certamente teremos um crescimento relativamente maior que o das exportações e, portanto, A balança comercial, que ainda seria superavitária, sem dúvida será menor do que em 2024, devido ao aumento de 9% nas exportações e de 13,4% nas importações.
O autor é formado em Administração e mestre em Relações Internacionais (UNCBA), com destacada trajetória como funcionário da Agência de Regulação e Controle Aduaneiro (ARCA) por 39 anos. Ex-bolsista da OEA e do governo espanhol, ele foi professor universitário de graduação e pós-graduação em várias universidades argentinas por 33 anos e membro da Soft Landing World Network.
Especialista em Comércio Exterior e consultor independente, é autor dos livros: “Operações Aduaneiras de A a Z”, bem como"Intangíveis: como exportar serviços e não morrer tentando". Ocupou cargos importantes como Subdiretor Geral de Operações Aduaneiras Metropolitanas, Diretor Regional da Hidrovia e Administrador das Alfândegas de Córdoba e Rosário. Atualmente, atua como Primeiro Conselheiro Geral da Direção Geral de Alfândegas – Alfândega de Córdoba.