InícioComércioBalança do Comércio Exterior Argentino em 2024

Balança do Comércio Exterior Argentino em 2024

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Argentina fechou o ano com o superávit comercial de aproximadamente 18.000 mil milhões de dólares, o maior da história do comércio exterior de mercadorias do nosso país, reverter o déficit de US$ 7.000 bilhões de 2023 

O resultado reflete uma Crescimento de 18% nas exportações, com um total de US$ 72.642 bilhões,  e um Queda de 20% nas importações, em comparação com 2023.

Esse saldo mostra um ano positivo para o comércio exterior argentino, com foco na recuperação e no crescimento das exportações, apesar dos desafios iniciais nas importações.

Qual foi o motivo do enorme crescimento das exportações?

Isso se deveu principalmente ao desempenho de setores-chave como:

a) Agroindústria, devido aos melhores preços internacionais e ao aumento da produção.
A melhoria do clima pós-seca influenciou decisivamente o aumento das exportações de
MOA – Produtos de Origem Agrícola e PP – Produtos Primários.

b) Indústria de transformação, devido ao aumento da demanda por produtos industriais em
mercados-chave, o que resultou numa forte recuperação das exportações do MOI –
Fabricação de Origem Industrial.

c) Energia, devido a um aumento significativo na exportação de gás e petróleo.

E o que aconteceu com as importações?

Enquanto, a queda nas importações foi muito pronunciada.

Acabou sendo 21,5% nos primeiros 10 meses do ano, mas começou a se recuperar no quarto trimestre. 

 Três razões explicam esse fenômeno:

a.Grande desvalorização No início do ano.

b.Diferimentos fiscais pelos regulamentos do BCRA.

c.A recessão devido ao ajuste macroeconômico, a demanda enfraqueceu.

Por fim, espera-se a eliminação do imposto PAIS, que reduziu os custos em 7,5% até 24 de dezembro, impulsionará as compras estrangeiras.

Fatores principais

Para atingir os resultados declarados, o governo implementou:

    • Políticas comerciais: Com redução de tarifas e eliminação de impostos para facilitar o comércio exterior.

    • Taxa de câmbio: fez com que nossa moeda se valorizasse em relação ao dólar americano. A moeda argentina está 5% mais valorizada em termos reais do que no final do governo de Mauricio Macri, que privilegia as importações.

Parceiros de negócios

1.Os principais países compradores, destino das nossas vendas externas (exportações), foram os seguintes:

    • Brasil: 17% 
    • União Europeia (UE): 14,0%
    • China: 8,0%
    • Chile: 8%
    • Estados Unidos: 8%
    • Índia: 4%
    • Indonésia: 2%
    • Vietnã: 2%
    • Peru: 2%
    • Resto do mundo: 35%

O que vendemos para eles?

A Argentina exporta uma variedade de produtos para seus principais parceiros comerciais. Um bom resumo dos produtos mais vendidos para cada um desses países é o seguinte:

  • Brasil
    • Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja, trigo.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • União Europeia (UE)
    • Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e laticínios

  • China
    • Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.
  • Chile
    • Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • Estados Unidos
    • Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • Índia
    • Cereais e sementes oleaginosas: Soja, milho.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • Indonésia
    • Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • Vietnã
    • Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.

    •  Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

  • Peru
    • Cereais e sementes oleaginosas: Milho, soja.

    • Carne e laticínios: Carne bovina, leite e derivados.

Esses produtos representam uma parte significativa das exportações argentinas e refletem o forte presença do agronegócio no comércio exterior do país. 

2. Os principais países que são a origem das nossas compras externas (importações)), são:

    • Brasil: 23.1%
    • China: 18.8% 
    • União Europeia (UE): 16.1%
    • Estados Unidos: 10.3%
    • Outros países: 31.7%

O que compramos deles? Produtos importados

  • Brasil
    •  Combustíveis e lubrificantes, máquinas e equipamentos, produtos químicos.

  • China
    • Máquinas e equipamentos, produtos eletrônicos, têxteis.

  • União Europeia (UE)
    • Máquinas e equipamentos, produtos químicos, veículos automotores.

  • Estados Unidos
    • Máquinas e equipamentos, produtos químicos, veículos automotores.

Impacto do Acordo Mercosul-UE

Com a implementação do acordo comercial entre Mercosul e UE, espera-se que as importações de produtos europeus aumentem, especialmente em setores como máquinas, equipamentos e produtos químicos. Isso poderia beneficiar as indústrias argentinas ao fornecer acesso a tecnologias avançadas e matérias-primas de alta qualidade.

O que é esperado para 2025?

O governo está propondo uma Crescimento do PIB em 2025 de 5%, o que resultaria em termos de comércio exterior de bens, superávit comercial de aproximadamente US$ 20.000 bilhões.

Porém, se analisarmos esse cenário, As importações seguem sempre a mesma curva de crescimento do PIB devido ao aumento da atividade económica, então certamente teremos um crescimento relativamente maior que o das exportações e, portanto, A balança comercial, que ainda seria superavitária, sem dúvida será menor do que em 2024, devido ao aumento de 9% nas exportações e de 13,4% nas importações.

O autor é formado em Administração e mestre em Relações Internacionais (UNCBA), com destacada trajetória como funcionário da Agência de Regulação e Controle Aduaneiro (ARCA) por 39 anos. Ex-bolsista da OEA e do governo espanhol, ele foi professor universitário de graduação e pós-graduação em várias universidades argentinas por 33 anos e membro da Soft Landing World Network.

Especialista em Comércio Exterior e consultor independente, é autor dos livros: “Operações Aduaneiras de A a Z”, bem como"Intangíveis: como exportar serviços e não morrer tentando". Ocupou cargos importantes como Subdiretor Geral de Operações Aduaneiras Metropolitanas, Diretor Regional da Hidrovia e Administrador das Alfândegas de Córdoba e Rosário. Atualmente, atua como Primeiro Conselheiro Geral da Direção Geral de Alfândegas – Alfândega de Córdoba.

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