InícioComércioAzevêdo: “Um dos maiores desafios para a OMC é que...

Azevêdo: “Um dos maiores desafios da OMC é fazer com que seu Órgão de Apelação funcione adequadamente”

-

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, que decidiu renunciar ao cargo um ano antes do fim do mandato, disse nesta quinta-feira (23.07.2020/XNUMX/XNUMX) que o maior desafio da organização é despolitizar a solução para seus problemas mais críticos.

A principal, segundo os seus membros e observadores externos, é A paralisia da última instância de resolução de litígios comerciais entre países, devido à recusa dos Estados Unidos em endossar a nomeação de juízes para preencher cargos vagos neste órgão.

Sem esse mecanismo legal, os países podem entrar em litígio entre si, mas sabendo que o perdedor não tem um órgão de apelação funcional.

"Um dos maiores desafios para a OMC é conseguir que a sua O Órgão de Apelação funciona adequadamente Porque sem ela a OMC não pode cumprir adequadamente o seu papel."Disse Azevedo em entrevista coletiva de despedida.

Horas antes, Azevedo fez seu último discurso perante o Conselho Geral da OMC (órgão máximo decisório entre as conferências ministeriais bienais), no qual destacou o que considera as maiores conquistas dos sete anos em que esteve à frente da entidade chamada a zelar pelo cumprimento dos acordos que balizam as trocas comerciais internacionais.

"Precisamos despolitizar as coisas e encontrar soluções para resolver as diferenças comerciais (entre os países membros)”, frisou.

O diretor-geral cessante disse que a falta de um mecanismo capaz de fazer cumprir suas decisões afeta a negociação de novos acordos ou regulamentos, já que ninguém pode garantir que eles serão respeitados.

"Eu acho que você deve trabalhar de uma forma que ajude reduzir tensões" Azevedo disse, sem mencionar os dois protagonistas do principal foco de confronto atualmente na arena comercial: Estados Unidos e China.

Azevedo foi eleito diretor-geral da OMC em 2013 e reeleito em 2017 para um mandato que deveria terminar no ano que vem, mas há algumas semanas anunciou sua intenção de deixar o cargo, em meio à crise sanitária global causada pelo coronavírus e que também teve forte impacto no comércio.

A justificativa de Azevedo foi que ele não queria que a busca por seu sucessor em 2021 coincidisse com a conferência ministerial no Cazaquistão, evento no qual os 164 membros da organização devem se concentrar totalmente, disse ele.

Durante sua gestão, Azevedo — eleito para o cargo quando atuava como embaixador do Brasil na OMC — destacou os acordos para a facilitação do comércio internacional (visando reduzir entraves burocráticos) e para a eliminação de subsídios às exportações agrícolas.

No entanto, os candidatos ao seu sucessor tiveram, nas últimas semanas, opiniões muito mais duras sobre sua gestão e disseram que ele deixou a OMC em uma crise profunda.

“Conseguimos fazer tudo o que era possível e não medimos esforços para isso. Fizemos o que era razoavelmente esperado”ele declarou.

Oito candidatos aspiram à direção-geral da OMC: Britânico Liam Fox, Jesus Seade (México). Ngozi Okonjo-Iweala (Nigéria), Abdel-Hamid Mamdouh (Egito), Amina Mohamed (Quênia), Tudor Ulianovschi (Moldávia). Yoo Myung-hee (Coreia do Sul) e Mohammad Maziad Al-Tuwaijri (Arábia Saudita).

Candidatos terão até 7 de setembro para lançar suas campanhas e buscar apoio entre os governos, e espera-se que dentro de dois meses, no máximo, ocorra a eleição de um deles.

Fonte: Reuters

foto de avatar

O Aduana News é o primeiro jornal aduaneiro argentino a lançar sua versão digital. Com 20 anos de experiência, suas publicações e iniciativas visam facilitar o conhecimento mais relevante sobre questões aduaneiras, a fim de contribuir para o comércio seguro na região.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS